sábado, 27 de março de 2010

Rodoviária maracucha

Esta é a rodoviária de Maracaibo. É o caos! Se encontra de tudo dentro. Desde banquinhas de mercadorias chinesas à venda de passagens - na frente das próprias companhias de ônibus - no mercado ilegal.
Postei somente duas fotos. Uma mostra os ônibus das viagens intermunicipais do estado de Zulia e outra com um dos terminais de chegada e partida.

Onde fiquei em Maracaibo

Esse post é de registro do lugar que fiquei, que se localiza num bairro da periferia da cidade. Nas fotografias mostro o tanque de água dentro do apartamento, um lagarto que tem aos montes na cidade, um dos prédios do conjunto habitacional que me hospedei e o conjunto comercial que comprava comida, utilizava a internet e que até cortei o cabelo.


O 10º inferno de Dante chamado Maracaibo

Durante uma semana (de 21/03 à 28/03) fiquei na cidade de Maracaibo, que está no estado de Zulia, o mais rico do país e muito próximo da Colômbia. Os maracuchos são considerados os mais piadistas da Venezuela, que, pelo que conheci até agora, é verdade. Eles "tiram onda" da cara de qualquer um a todo instante.
De qualquer forma, o que chamou a atenção mesmo foram outras coisas. A primeira delas o calor. Entre 11h e 15h não se vê uma viva alma na rua por conta das altas temperaturas. Posso dizer que foi o 10º inferno esquecido por Dante Alighieri e sua obra "A Divina Comédia". Média de temperatura de 45°C.
A outra coisa diz respeito a algo que existe em todo o país, menos na capital Caracas, que é o racionamento de água e luz. Aqui há uma forte crise energética, por conta disso, cada Estado tem sua forma de solucionar o problema. No caso de Zulia, água apenas uma hora por dia, e, fica por conta das pessoas encontrar saídas de como a armazenar. Normalmente as pessoas tem tanques d'água dentro dos apartamentos, e, alguns, possuem também caixas d'água do lado de fora. Ao longo do dia, então, tem que utilizar a água de forma inteligente. Se aprende, por exemplo, como gastamos água com descarga, tomar banho, lavar louça ou mesmo as mãos. Assim, se descobre outra maneira de olhar para o consumo dessa riqueza natural de tamanha importância. E, naturalmente, se percebe o quanto a desperdiçamos no Brasil.
Bom, a outra coisa é o racionamento de luz. Todos, duas horas por dia - conforme o rodízio -, ficam sem luz. Cada semana um determinado bairro da cidade tem duas horas específicas do dia para ficar no escuro. O grande problema é que o calor toma conta, pois ficam sem ventilador e ar condicionado. Além disso, como há motores elétricos nos tanques e caixas d'água, também acabam sem água. De minha parte valeu a experiência.
Fora isso, a cidade é muito bonita. Costeada pelo lago que é considerado o maior do mundo, ela mistura arquitetura antiga no centro da cidade, com prédios mais modernos. Todavia, o que predomina são os conjuntos habitacionais populares e casas. Nas fotos registrei as casas do centro histórico; a ponte que atravessa o Lago Maracaibo; a cidade vista da ponte; o mercado popular chamado "Las Pulgas"; um prédio da PDVSA; a visão da cidade da estação de metro "Libertador"; e uma favela.








sexta-feira, 26 de março de 2010

O sistema nervoso central financeiro da Venezuela

Ontem (25/03), fui com amigos na cidade chamada Lagunillas. Nela só vivem funcionários da PDVSA e fica na parte ocidental do Lago de Maracaibo (que é considerado o maior do mundo). É lá a maior concentração de petróleo do país. Por conta disso, o estado de Zulia é o mais rico da Venezuela. O ruim, para Hugo Chávez, é que o governo está nas mãos da direita.

As imagens do Lago são impressionantes. Cada torre ou balancin (não sei como chama em português) é um poço de petróleo. Já tem 80 anos desde a descoberta da primeira fonte no local, e dizem que ainda tem muito mais para ser descoberto.

Entretanto, por conta da alta extração de petróleo, o terreno em que se localiza a cidade cedeu bastante e está em nível mais abaixo que o lago. Com isso, tiveram que fazer um muro de contensão. Nas fotos registrei o lago, as torres e balancin, os reservatórios de petróleo e, uma refinaria que fica em outra cidade, chamada de San Francisco Del Bajo Grande, que fica na grande Maracaibo. Entretanto, infelizmente, acredito que não tem como mensurar o quão gigantesco é cada uma dessas coisas.



Abaixo está o muro. O lado esquerdo é mais baixo que o direito.





As duas fotos abaixo são da refinaria Bajo Grande.

O calor de Lagunillas

A cidade de Lagunillas, que só vive funcionários da PDVSA com suas respectivas famílias, por conta do petróleo faz um calor digno de deserto. Nas casas, para que seja possível sobreviver, é fundamental ter ar condicionado em cada uma das peças. Além disso, as persianas das janelas ficam sempre fechadas para evitar a entrada da luz solar, que é muito quente. Então, é como se vivessem em cavernas modernas. Tive a oportunidade de entrar na casa de dois obreros (operários) para entrevista-los. O curioso é que para eles isso é algo natural. Nas ruas não se vê ninguém caminhando. Se em Maracaibo a média de temperatura é de 45 graus, lá, imagino, deva ser mais.

A gasolina é mais barata que Coca-Cola

Registrei o quanto foi gasto por um motorista para completar o tanque de gasolina. Para 71.34 litros fois gasto Bs 4.99 (R$ 1,46). Para efeitos de comparação, uma lata de Coca-Cola aqui custa nos lugares mais baratos Bs 5. Além de barata, a gasolina é pura. diferente da brasileira que tem grande percentual de álcool e outras coisas mais que nem tomamos conhecimento. Por fim, aqui mais de 90% dos postos de gasolina são PDV, até hoje, para dizer a verdade, vi apenas um único que não era estatal.


quarta-feira, 24 de março de 2010

Reuniões sindicais venezuelanas

Aqui em Maracaibo tive oportunidade de participar, essa semana, de duas atividades sindicais por conta da minha pesquisa. Uma delas se tratou da fundação do sindicato dos servidores da área da saúde de toda região metropolitana. Os trabalhadores começaram lendo a parte da constituição que trata sobre os sindicatos. Depois, leram a proposta de estatuto inteira, o que foi muito cansativo. Em comparação com o Brasil, o que pude perceber foi a disposição e capacidade de falar sobre conjuntura de todos. De qualquer forma, eles, ao mesmo tempo, são pouco experientes em como conduzir e organizar uma reunião.
A outra atividade foi de uma tendência sindical chamada CTR, que faz parte da UNETE (a nova Central Sindical de esquerda da Venezuela). Eles, em um auditório do Hotel del Lago, que é estatal, concederam uma coletiva de imprensa para declarar apoio ao governo Chávez por reativar 35 fábricas na zona industrial da cidade de San Francisco - que fica na Grande Maracaibo -, fechadas pelo capital privado. Segundo eles, isso irá proporcionar algo perto de 60 mil empregos, e, além disso, oferecer à população produtos de qualidade com valores mais acessíveis. O que me chamou a atenção foram as palavras de ordem, como: U! U! U-NE-TE! U! U! U-NE-TE!
E, também, que todos eles batiam muitas palmas a cada ideia dita por um ou uma dos/das dirigentes.

Metro de Maracaibo

O Metro de Maracaibo foi inaugurado recentemente. Assim como o de Caracas ele é estatal. A passagem custa os mesmos Bs 0,50 (R$ 0,14) e estudantes, aqui, paga Bs 0,15 (R$ 0,04). Ele é novo, tem apenas uma linha e poucas estações, mas cruza toda a cidade e é por terra. Para quem conhece o Trensurb do RS é bem parecido, porém, novinho em folha. As portas quem abre são os passageiros, apertando um botão na mesma e as estações são muito bonitas. Todavia, a maior parte das coisas ainda está em fase de testes. Quem dera houvesse no Brasil meios de transportes coletivos públicos como esse!


Por Puesto: um transporte coletivo venezuelano

Esse meio de transporte coletivo, que é privado, não encontrei em Caracas. Entretanto, há táxis do mesmo estilo. Os carros dele são sempre muito velhos - como mostram as fotos - e seu trajeto é definido. Ele pode parar, dentro da rota, onde quiser e custa Bs 1,50 (R$ 0,44). Ele fede a gasolina e é um forno dentro. Além disso, os vidros de trás não funcionam, assim como uma das portas traseiras. Sendo assim, caso queira descer e estiver ao lado da porta estragada - que é sempre a do lado do motorista - todos os demais atrás precisam descer!!! Aqui em Maracaibo, cidade pertencente ao Estado de Zulia e 12h ao noroeste de Caracas de ônibus, é comum utilizarem o por puesto, visto que o calor aqui é infernal (média de 45 graus por dia) e as pessoas precisam fugir do sol. Tirei fotos de vários carros, assim como da parte interna de uma das vezes que andei nele. Ah, e não há fiscalização do mesmo! Imaginem, então, o trânsito o caos, buzinas para todos os lados, calor infernal, cheiro de gasolina forte, carro velho e sempre lotado!







sábado, 20 de março de 2010

O prédio da faculdade de Arquitetura da UCV

Essa quis registrar para o pessoal do CSOl do Paraná. O prédio da faculdade de arquitetura da Universidade Central Venezuelana (UCV) fica logo na entrada do campus. Nele há um banner gigante com a visão deles sobre arquitetura. E isso que está universidade é considerada a de direita hoje no país.

Librería del Sur: livros por Bs 01

Está livraria, chamada "Librería del Sur", é de responsabilidade do Ministério da Cultura venezuelano. Os livros em sua maioria custam menos de Bs 10 (R$ 2,9) e são todos novos. Isso é possível porque o governo federal tem uma editora (de mesmo nome que a livraria) que produz livros a baixo custo. As folhas são de gramatura mais fina, parecidos com a de algumas bíblias. Além disso, há diversas temáticas de livros, que vão desde poesias de autores de esquerda à fotografia. É possível encontrar Eduardo Galeano, Pablo Neruda, István Meszáros, entre outros por valores muito baixos. Eu, por exemplo, comprei 11 livros semana passada que me custaram ao todo Bs 140 (R$ 41). Tem obras que custam Bs 01 (R$ 0,30)!!! Quando no Brasil encontraríamos livros custando esse valor? Talvez apenas em sebo em que as condições do livros sejam terríveis e títulos sem a melhor qualidade.
Nas fotos registrei a frente da livraria que fica embaixo do Ministério da Cultura, e, a parte interior da mesma e da que se localiza na Universidade Bolivariana da Venezuela (UBV).